A Culpa é das estrelas, O.K. ? Talvez!
Não foi fácil, para muitos, a longa espera
pela estreia do aclamado romance "A Culpa é das Estrelas" de John
Green. Não podemos negar que vivemos o ápice de uma certa "moda"
literal, os brasileiros estão lendo mais, os jovens brasileiros estão lendo
mais e isso é inquestionavelmente benéfico, afinal a leitura proporciona
bens e qualidades sem paralelo.
Os romances têm tido um sucesso especial,
basta lembrar de obras que vêm ganhado seguidores assíduos, como "A Saga
Crespúsculo", "A Trilogia Jogos Vorazes" e nosso real e infinito
"A Culpa é das Estrelas", que está fazendo centenas de crianças,
jovens, adultos e idosos se desmancharem em lágrimas pelas salas de cinemas no
Brasil e no mundo, e é sobre ele que vamos tecer alguns comentários.
O título do livro (para os que leram) é
convidativo e curioso. Afinal que culpa tem as estrelas? É a primeira resposta
que pretendemos encontrar, mas o desenrolar da história da adorável, triste e
conformada Hazel Grace vai fazendo com que esqueçamos da resposta para focar
nossa atenção apenas nela, a protagonista da narrativa. Somos envolvidos pelo
drama, sofrimento, vida e certo sarcasmo com que nossa garota encara seu estado
terminal, estado que ela mesma não trata de forma cruel, ou ao menos não
transpareça. A única preocupação dela é com quem está a sua volta, não é a toa
que se incomoda tanto com a dedicação quase que integral dos pais e o amor do
apaixonado "Gus".
"Hazel é sincera sem ser cruel", é
assim no livro e é assim na adaptação para os cinemas, a propósito lindo papel
e ótimo tom que a atriz Shailene
Woodley dá a personagem. Aproveitando para dar os crédito a quem
merece, o elenco de forma geral cumpriu muito bem seu papel, embora boa parte
dos atores não sejam familiares a maioria dos expectadores, a equipe como um
todo fez um ótimo trabalho, um comentário especial vai para o ator Sam
Trammell, pai de Hazel na trama, ele consegue dar uma humanidade sensivelmente
tocante a personagem nas poucas aparições que faz. Transmite a verdade de um
pai que precisa conviver com a ideia de que pode perder a única filha a
qualquer instante, toda a sensibilidade dele se concretiza e emociona na cena
em que ele recebe a família no aeroporto. Apenas levanta o cartaz (Minha linda
família e Gus) e chora, aquele momento é sem dúvida uma das cenas mais
acertadas do longa. Ansel
Elgort como Gus desempenha bem o papel e como outros já comentaram,
não é uma impecável atuação, entretanto para o propósito e em relação ao
roteiro pensado ele está muito bem. Não dá pra esquecer da simpática Lotte
Verbeek, como a assistente do amargurado escritor Peter, e do amigo que não
é capaz de voltar a enxergar um mundo sem o Gus, Isaac vivido por Nat
Woolff, enfim um elenco em sintonia, numa história que deu certo.
Durante a última semana a internet foi
bombardeada com uma série de críticas, em sua maior parte positiva, a adaptação
para as telona do Best Seller "A Culpa é das Estrelas", passei três
dias lendo verdadeiros tratados (exagero meu rs) de elogios a atuação, montagem
e adaptação, e embora já soubesse que não encontraria nada muito além do que já
havia lido no livro, confesso que as repetidas leituras incutiram uma
expectativa maior em mim, comecei a acreditar que poderia encontrar algo além
no longa, fosse na mudança de algum rumo da história origial, fosse pela
atuação arrebatadora de alguns dos personagens (especialmente os
protagonistas), resultado, entrei na sala de cinema com uma expectativa
beirando as nuvens e não vou negar: claro que me decepcionei, e vou tentar
dizer o por quê disso.
A sala da qual fiz parte estava vazia, o que
não significou ausência de choros sufocados e tímidos soluços. Penso, reflito,
penso novamente, e não consigo encontrar uma resposta definitiva do motido de
essa história em particular ter mexido de uma forma tão tocante com tantas
pessoas. De um lado, claro, nós não estamos e talvez nunca estaremos prontos
para lidar com a morte e isso é difícil em qualquer idade, porém quando falamos
em morte de pessoas de 13, 14, 15 ou 19 anos de idade as coisas se tornam ainda
mais difíceis, porque em tese pessoas desta idade deveriam estar se preparando
para começar a vida e não para morrer. Se levamos em conta que a salas de
cinema estão sendo lotada especialmente por adolescentes que beiram a idade de
Hazel e Gus, a coisa fica ainda mais sensível, porque todos no momento se
colocam no lugar da personagem. Outr o ponto que causa comoção é, obviamente, o
amor entre os dois protagonistas e a forma como eles vão desenvolvendo os laços
(muito mais precisos e detalhadados no livro) até o momento em que o pequeno
infinito de Hazel e Gus se finda.
A Culpa é das Estrelas não traz grandes
novidades nem um espetáculo a parte no que diz respeito a adaptação e atuação.
Por ser bastante fiel (mas não completamente) ao livro, quem o leu não encontra
nenhuma novidade nem novos motivos para se emocionar a não ser os já existentes
na leitura. Em muito a história traz velhos e infalíveis clichês ( não é
necessariamente uma crítica), com exceção do final. Se trata do romance, do
amor adolescente entre a garota um tanto quanto tímida e pouco desenvolta
socialmente (isso fica mais claro no livro) com o cara popular, bonito e
atraente, mas que ao contrário de todos os outros romances teens e pelo estado
das coisas, não acontece no corredor, das nossas já conhecidas, escolas ou
universidades americanas, mas no grupo de apoio a jovens com câncer.
Há algumas coisas que poderiam ter sido
melhores trabalhadas no filme, como o O.K. de Hazel e Gus; o pequeno infinito
tão significativo na história dos dois que só vai ganhar algum destque na
última parte da trama; o próprio envolvimento dos protagonistas que no
livro não é tão óbvio, ao menos no início, o amor singelo e profundo que iria
surgir entre os dois (não que isso não fosse previsto pelos leitores), entre
outros detalhes.
Nas linhas acima eu coloco que a adaptação
cinematográfica não é completamente fiel a obra literária, embora eu pudesse
dizer que sim, caso não fosse por dois atos que foram cortados do filme, que
são:
- O momento em que Gus discute com a
mãe sobre a viagem para a Holanda na ocasião em que eles descobrem que o câncer
reapareceu e ela tenta o convencer a não viajar.
- Depois a cena em que Gus conta para
Hazel da ex-namorada que tinha um tumor na cabeça e foi perdendo aos poucos as
capacidades até falecer. Essas cenas que estão no livro são, na minha opinião,
bastante importantes para a história, mas ficaram de fora da sequencia.
A história é bonita, o roteiro bem
construído, os personagens bem estruturados, concordo que o resultado foi ótimo
e que a sintonia final do filme dá o tom certo a adaptação, mas não consigo ver
muita coisa além disso, talvez seja pela superexpectativa que eu criei (ou foi
criada em mim), talvez por eu ser um ser humano frio e calculista
(brincadeira), mas o fato é que saber de quem é a Culpa de todo o destino cruel
que nos é entregue não me fez cair aos prantos. Hazel é doce, sarcástica, coformada
e as vezes adolescente, Gus é bem comum, não alcança o que tanto desejou em
vida, a permanência na lembrança, no fim são apenas adolescentes sem nada de
tão especial e talvez seja por isso que o filme faz tanto sucesso. O fato de os
personagens nem serem tão especiais assim é que os torna especiais.
A Culpa pode ser das estrelas sim! E eu
recomendo que você descubra o por que assistindo e claro lendo o livro.
Não li o livro, mas pelo que tantos comentavam, tantos choravam, fui assistir, estava com uma boa expectativa, achava q ia chorar e tal... Mas achei o filme normal. Achei mais um filme de amor que alguém morre. A única parte que gostei foi com a reviravolta, como não sabia da história, não sabia que o menino morria. O filme é bom, tem seus méritos, mas nada dessa coisa toda. Talvez não tenha me tocado. Cada um é tocado por um filme de diferentes formas. Enfim é isso. Estou gostando dos seus textos. Parabéns pelo blog
ResponderExcluirPrimeiramente obrigado pela visita. Tive a mesma sensação e percepção que você ao ver o filme, em mim o longa gerou ainda menos surpresa, por que eu já havia lido o livro então basicamente já sabia o que ia acontecer, concordo quando você diz que cada filme toca as pessoas de diferentes formas, e no caso de A culpa é das estrelas não aconteceu para mim, mas claro que isso não tira o mérito do roteiro e dos atores, muito bons por sinal.
ResponderExcluirFico imensamente feliz de você estar gostando dos textos, espero que você continue me acompanhando e possa deixar sua opinião mais vezes.